Minha história com a música começou quando tinha entre cinco e seis anos. Morava em Garça, interior paulista, e no quintal de casa, havia um galinheiro. Ganhei dos meus pais, um “violãozinho”. Todos os dias eu entrava no local, cantava e tocava para as galinhas e rapidamente dormiam. Minha mãe me dizia, rindo, que dormiam para fingir que gostavam de me ouvir e assim, se livrarem logo de mim.

Aos nove anos, mudei-me para Piracicaba. Meus pais me deram um violão e uma vez por semana, minha mãe me levava de ônibus às aulas de música, no Teatro Municipal Dr. Losso Netto. “Carregar aquele violão não era fácil não”. Um ano se passou... Eu treinava sempre, mas a cada aula que freqüentava, ficava nítido que não era bem o que queria...

Aos 11 anos, assistindo uma entrevista com uma banda de house, o vocalista afirmou: “Um dos melhores instrumentos musicais que já inventaram foi o teclado. Você dispensa o mau humor e a má vontade de músicos chatos e convencidos. Você faz tudo com o teclado... depois é só entrar no estúdio para gravar”. Com muito esforço, meus pais conseguiram comprar um teclado e eu comecei as aulas. Amei!

Só que conforme o tempo foi passando, fui enjoando de tocar música dos outros e decidi que ia compor minhas próprias. Desde então, não parei... Comecei compor nos anos 90, no auge da Dance Music e como não poderia deixar de ser, eram músicas eletrônicas.

Em 1999 me formei em Comunicação Social (habilitação em rádio e tv - Unimep - Piracicaba) Projeto Experimental de conclusão de curso: CURURU - O Canto de Repente. Nesse mesmo ano, trabalhei em uma produtora de vídeo editando um programa independente veiculado na BAND Regional (interior SP).

Em 2001 montei uma produtora de vídeo, produzi em parceria com Carlos Tavares o primeiro documentário sobre a Festa do Divino de Piracicaba baseado em uma pesquisa minuciosa de campo e teórica que durou quase um ano (sempre me interessei por música e cultura popular regional), produzi e editei comerciais, institucionais e clipes de bandas e a música sempre falou mais alto. Letra, notas e acordes concretizam uma inspiração.

Em 2003 mudei para São Paulo para batalhar a divulgação de meu trabalho como compositora e ter minhas composições interpretadas por cantores renomados e novos intérpretes.
Em 2006 coloquei no ar o site www.cantoresecompositores.com para divulgar minhas
composições e abrir espaço gratuito para artistas da música autoral (independente) de todo o Brasil.

Em 2008 idealizei o grupo Os Autorais que tem como objetivo a criação de um movimento representante da música autoral (independente) nacional, a partir da reunião e integração de artistas atuantes nesse segmento cultural no Estado de São Paulo. Maiores informações: (www.osautorais.com).

Neyva Alencar, Marcelo Batuque e Paul Zanon, ativistas que acreditam na música autoral e independente, os integrantes do movimento contribuem incondicionalmente à divulgação dessa cultura, por meio da alegria e música de qualidade que apresentam junto ao público paulistano. A iniciativa pretende divulgar a idéia de que a música não se limita somente ao que ouvimos nas rádios de massa e em covers reproduzidos nos bares de São Paulo. Surgiu a partir da necessidade de a música autoral retomar seu espaço nos meios de comunicação, mesmo diante de barreiras que nem sempre valorizam a qualidade musical, mas a rotulam de modismo efêmero.

Grupo originalmente brasileiro, Os Autorais têm como único vínculo o amor pela música de qualidade. Os Autorais divulgam a riqueza e a diversidade de canções próprias, um ponta pé inicial para fortalecer o movimento da música independente, por meio da disseminação das novidades no segmento à sociedade.